O desmatamento na Amazônia apresentou um preocupante crescimento de 55% em abril na comparação com março, segundo dados divulgados pelo Sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
No último mês, a área devastada no bioma amazônico alcançou 270 km². Para efeito de comparação, foram devastados 174 km² em abril de 2024.
Promessa de Redução do Desmatamento Ainda Não Mostra Resultados
A redução do desmatamento foi uma das principais promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que ao assumir seu terceiro mandato se comprometeu a zerar o desmate nos biomas brasileiros.
Entretanto, os resultados práticos ainda são tímidos, e os dados indicam um aumento expressivo dos incêndios e da devastação sob a atual gestão, principalmente nas regiões da Floresta Amazônica, Pantanal e Cerrado.
Governo Realiza Reunião de Emergência
Diante do avanço da destruição ambiental, o governo federal promoveu uma reunião para discutir medidas urgentes que possam conter a propagação da devastação.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, evitou apontar causas específicas para o aumento do desmate, mas afirmou que as medidas de reversão estão sendo discutidas em conjunto com outros 19 ministérios.
Marina também destacou que, no acumulado de agosto do ano passado até abril deste ano, o desmatamento na Amazônia apresentou uma estabilidade preocupante.
De acordo com o Deter, foram devastados 2.542 km² no período, apenas 5% a menos que os 2.686 km² registrados entre agosto de 2023 e abril de 2024.
“Identificamos a situação de termos uma estabilização. Mas, como foi encontrada essa alta em abril, com certeza estamos com todos os sinais de alerta, buscando fazer ajustes nas ações que são levadas ao cargo do plano”, declarou Marina Silva em coletiva ministerial nesta quinta-feira (8).
Cerrado Registra Mais Que o Dobro de Desmatamento em Abril
Em abril, a situação foi ainda mais crítica no Cerrado, onde o desmatamento atingiu 690 km², mais que o dobro da área registrada na Amazônia no mesmo período.
Em comparação, no mesmo mês de 2023, o Cerrado registrou 547,25 km² devastados.
Apesar dos números alarmantes, no acumulado de agosto de 2024 a abril, houve uma redução de 25% no desmatamento do Cerrado, caindo de 4.868 km² para 3.698 km² em relação ao ciclo anterior.
