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Gilmar Mendes rejeita “bukelização” da segurança pública no Brasil

Ministro do STF alerta contra medidas autoritárias e defende direitos humanos na segurança pública

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), fez duras críticas nesta segunda-feira (27) àqueles que defendem a adoção de um modelo de segurança pública inspirado em Nayib Bukele, presidente de El Salvador. A declaração foi dada durante um seminário em São Paulo, em meio a um debate nacional sobre a PEC da Segurança Pública.

“Tem gente, inclusive, querendo se inspirar em Bukele. É preciso que se combata o crime sem cometer crime”, afirmou o magistrado, reforçando a importância de respeitar os direitos humanos mesmo no enfrentamento da criminalidade.

A fala foi uma resposta indireta ao deputado Nikolas Ferreira (PL-SP), que na semana passada sugeriu “bukelizar o Brasil” durante uma audiência com o ministro da Justiça Ricardo Lewandowski, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.

Gilmar apoia PEC da Segurança e integração de forças

Gilmar Mendes também se posicionou a favor da PEC da Segurança Pública, proposta encampada por Lewandowski e que prevê a integração das forças de segurança federais, estaduais e municipais, bem como a unificação dos bancos de dados do setor.

“É fundamental que as forças existentes no plano federal se integrem também com o plano estadual e, eventualmente, municipal”, declarou o ministro.

Além do Sistema Único de Segurança Pública (Susp), o texto inclui a criação de dois fundos: o Fundo Nacional de Segurança Pública e o Fundo Nacional de Política Penitenciária.

Críticas à proposta e polêmica com Bukele

Apesar do apoio no STF, a proposta enfrenta resistência de parlamentares e governadores da oposição, que alegam que a medida retira poderes dos estados.

O modelo adotado por Bukele em El Salvador é constantemente citado por defensores de políticas mais duras contra o crime. Desde 2022, o governo salvadorenho permite prisões sem ordem judicial, o que levou à detenção de mais de 82 mil criminosos ligados com gangues. O país, antes considerado um dos mais violentos do mundo, agora é elogiado por sua drástica redução nos índices de violência.

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