
A secretária responsável pelo combate à doença, Ethel Maciel, tem sido criticada por tirar férias durante a pior epidemia de dengue na história do Brasil, com a autorização da ministra da Saúde, Nísia Trindade. Maciel, que é epidemiologista e titular da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), passou o mês de janeiro afastada, compartilhando partes de sua viagem nas redes sociais.
“Despeço de 2023 com gratidão”, postou Ethel em seu perfil, no dia 1° de janeiro. “Com as energias do hinduísmo e do budismo abraço 2024 e desejo muita sabedoria para atravessarmos os desafios que nos esperam”, completou.
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O que disse o Ministério da Saúde
A pasta emitiu uma nota ao jornal O Estado de S. Paulo explicando que, durante as férias da secretária do Ministério da Saúde, Ethel foi “devidamente substituída”. Também afirmou que durante esse tempo “garantiu a continuidade e o monitoramento das ações planejadas”.
Ainda no comunicado, o ministério afirmou que “quase todos os departamentos da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente atuam nas atividades relacionadas ao enfrentamento à dengue”.
Além disso, a pasta informou que conta com uma equipe de 407 profissionais que “atuam intensamente no planejamento, organização, coordenação e controle das medidas contra a dengue nos departamentos de Emergências, de Imunizações e de Doenças Transmissíveis”.
Brasil registra recorde de mortes por dengue em 2024
Em 2024, o Brasil contabilizou 1.116 óbitos causados por dengue, representando o maior índice de infecções desde o início da coleta de dados em 2000, conforme a série histórica. A última atualização do Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde revela que mais de 1,8 mil mortes ainda estão sob investigação. O recorde anterior foi registrado em 2023, com 1.094 mortes, conforme informações da pasta.
Quanto ao total de casos da enfermidade, que foi atualizado na madrugada da última terça-feira, 9, existem quase 3 milhões de possíveis confirmações que ainda estão sendo analisadas pelo departamento. Isso sugere que a situação no país pode ser ainda mais séria.
As autoridades já foram forçadas a emitir mais de 400 decretos de estado de emergência em municípios e unidades federativas devido à situação. Com 939.332 casos registrados, o Estado de Minas Gerais lidera em número de ocorrências.
As informações são da Revista Oeste