A crítica de Gao ocorreu em um momento de fragilidade econômica para o governo de Pequim, que enfrenta uma crise no setor imobiliário e um aumento dramático da dívida. “Os esforços deles para estimular a economia serão muito oportunistas”, afirmou Gao, desafiando a capacidade de Xi e sua equipe de resolver as dificuldades econômicas de forma eficaz. Com isso, Gao se tornou alvo de uma repressão, sendo impedido de falar publicamente e ficando sob investigação.

Essa censura reflete a crescente dificuldade do governo chinês em lidar com a pressão econômica interna e externa. Apesar de promessas de medidas mais fortes para reaquecer a economia, como cortes nas taxas de juros e outros incentivos, o mercado financeiro da China já começa o ano com uma queda acentuada. Para muitos analistas, as medidas adotadas até agora são insuficientes para evitar uma recessão prolongada, especialmente considerando os problemas no setor imobiliário e a crescente dívida.

A punição a Gao é parte de um movimento maior por parte de Pequim para calar qualquer crítica interna. Economistas como Zhu Hengpeng também enfrentaram repressão no ano passado após questionarem as políticas de Xi. A censura sobre analistas e a falta de transparência sobre os números econômicos geram preocupações sobre a real situação da China, com o governo cada vez mais restritivo em relação a vozes discordantes.