A política externa do Brasil, marcada por recentes alinhamentos e posicionamentos em fóruns internacionais, está sob intenso escrutínio, especialmente à luz das incertezas geopolíticas globais. Análises recentes apontam para potenciais impactos negativos sobre o país, caso a atual rota diplomática seja mantida.
Um dos pontos centrais de preocupação em Washington, conforme destaca um senador dos EUA, Lindsey Graham, é o apoio do Brasil à Rússia em meio ao conflito na Ucrânia. Graham advertiu que “China, Índia e Brasil serão prejudicados” caso persistam no suporte a Moscou. Esse alerta ganha peso ao recordar que, em seu mandato anterior, Trump já impôs uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, com a possibilidade de um aumento drástico para 500%, o que seria um golpe severo à economia nacional.
A crítica se estende ao que é percebido como um alinhamento do Brasil com “ditaduras” e uma postura contrária a “democracias e países livres”. A participação brasileira, ao lado da África do Sul, na condenação de Israel no Tribunal Internacional de Justiça é citada como um exemplo dessa orientação. Para analistas, essas ações parecem ser guiadas mais por uma motivação ideológica do que por interesses estratégicos de longo prazo para o país.
A retórica de que o Brasil estaria no “lado errado da história” ressoa nas preocupações sobre a deterioração da imagem internacional do país e as consequências econômicas diretas, como o já mencionado risco de aumento de tarifas por parte dos Estados Unidos. A avaliação é que a atual gestão da política externa poderia estar conduzindo o Brasil a uma situação cada vez mais delicada no cenário global.
Diante de um panorama eleitoral incerto nos EUA e de um ambiente geopolítico cada vez mais polarizado, a direção da política externa brasileira se torna um tema de debate crucial, com implicações significativas para o futuro econômico e diplomático da nação.
Por: Flávio Fontoura
