
O Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) teve um trabalho técnico aprovado para apresentação no Latin American GRSS and ISPRS Remote Sensing Conference, evento internacional de destaque na área de geotecnologias e sensoriamento remoto.
A aprovação representa um importante reconhecimento científico e institucional, destacando a capacidade técnica do Estado e da equipe da Unidade de Geoprocessamento (Unigeo), setor do Imasul, na aplicação de tecnologias inovadoras voltadas ao monitoramento e controle de queimadas.
O artigo, intitulado “Challenges in the Environmental Enforcement of Small-Scale Illegal Burning”, foi elaborado pelos servidores Diego do Carmo Brito, Thays Jucá, Alesandro Copatti e Gláucia Chernioglo, e apresenta um sistema pioneiro de detecção e análise diária de queimadas de pequena escala em todo o território sul-mato-grossense.
A metodologia combina dados do satélite GOES-R, processados em Python e QGIS, com imagens PlanetScope de alta resolução, permitindo identificar e vetorizar queimadas de resíduos vegetais resultantes de desmatamentos. Entre março e agosto de 2025, o sistema detectou 938 focos de calor, resultando em 568 comunicados de alerta e alcançando 98% de precisão na confirmação de queimadas ilegais.
A fiscal ambiental da Unigeo/Imasul, Thays Jucá, ressalta a importância do evento e o que ele proporcionou de experiência.
“O evento foi uma grande oportunidade para conhecer o que há de mais avançado em sensoriamento remoto e geoprocessamento, com o uso de inteligência artificial. Trouxe novos insights para aprimorar o trabalho do Imasul e possibilitou o contato com especialistas e instituições de outros estados e países. Ter nosso trabalho aceito em um evento internacional é motivo de orgulho e mostra que estamos no caminho certo para oferecer dados de qualidade à população.”
O avanço ocorre em um momento crítico para Mato Grosso do Sul, que enfrenta decreto de calamidade pública em razão dos incêndios florestais e a suspensão temporária das licenças para queima controlada — recentemente restabelecida apenas para o bioma Cerrado, permanecendo suspensa no bioma Pantanal.
Nesse contexto, o sistema desenvolvido pela Unigeo se consolida como uma ferramenta estratégica de segurança e controle ambiental, fornecendo subsídios técnicos para a tomada de decisão da gestão pública e fortalecendo as ações de prevenção e resposta a incêndios florestais em todo o Estado.
“Essa conquista reforça o protagonismo do IMASUL e do Estado de Mato Grosso do Sul no uso de sensoriamento remoto para o enfrentamento aos incêndios florestais e na proteção dos recursos naturais”, destaca Diego Brito, coordenador do Alerta de Desmatamento e Queimadas.
O diretor-presidente do Imasul, André Borges, também enfatizou o valor do reconhecimento internacional e o papel da equipe técnica do Instituto:
“Esse resultado é motivo de orgulho para todo o Imasul. Mostra a competência, o comprometimento e a excelência técnica dos nossos servidores, que vêm desenvolvendo soluções inovadoras e de alto nível científico para apoiar a gestão ambiental do Estado. O trabalho da Unigeo demonstra que temos, em Mato Grosso do Sul, profissionais capazes de contribuir com o debate global sobre monitoramento ambiental e combate às queimadas.”
Gustavo Escobar, Comunicação Imasul






