
Apesar de o Brasil registrar, em 2025, uma das maiores produções de carne bovina da história recente, grande parte da população ainda não consegue levar para a mesa o corte mais desejado do churrasco: a picanha. Levantamentos de institutos especializados em consumo e mercado apontam que, mesmo com o recorde no volume de abate e exportações, o preço permanece acima da capacidade de compra de milhões de brasileiros – e metade deles afirma não ter consumido o corte ao menos uma vez no ano.
Especialistas apontam que o aumento no volume de produção não significa, necessariamente, redução nos preços internos. Fatores como exportações aquecidas, custos de produção, variação cambial e logística de distribuição refletem diretamente no valor final ao consumidor. Como resultado, cortes nobres continuam restritos a uma parcela da população, enquanto a maioria busca alternativas mais baratas, como acém, paleta e músculo.
Além do impacto econômico, o cenário revela também mudanças no comportamento do consumidor brasileiro. Restaurantes, açougues e redes de varejo relatam queda na procura por peças mais valorizadas e aumento na busca por promoções e porções fracionadas, indicando que o consumo de picanha deixou de ser rotina e se tornou um item ocasional – muitas vezes reservado apenas para datas especiais.
O contraste entre produção recorde e acesso limitado reacende o debate sobre a distribuição da carne bovina no país e a influência das exportações no abastecimento interno. Enquanto o Brasil segue entre os maiores produtores e exportadores do mundo, milhões de cidadãos ainda não conseguem experimentar o corte símbolo do churrasco nacional.
Da redação Mídia News





