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O carro de alemão era a carruagem de Apolo

Ocorre que o nosso Alemão, usava para desempenhar suas funções um grande carrinho de mão de madeira

Durante décadas vivia e trabalhava nas imprescindíveis funções de praieiro, na Fazenda Ypiranga no Paiaguás  o folclórico Alemão, reverenciadíssimo principalmente pelas crianças.

Ocorre que o nosso Alemão, usava, para desempenhar suas funções na “praia” de uma fazenda movimentada como a Ypiranga, um grande carrinho de mão, de madeira, esse do Alemão mais poderia ser descrito como um caminhão de mão.

A característica principal do carro do Alemão, era que ele era uma obra de arte em contínua elaboração, visto que qualquer coisa que brilhasse ou refletisse era imediatamente agregada, sabe-se lá como, ao carro do Alemão.

Certo é que quem passasse pela Fazenda Ypiranga, antes de tomar a bênção de Maroca ou Juliano, os donos, ou a litúrgica obrigação de beijar os pés do milagroso São Sebastião, sempre furtavam um olhar para os lados do quintal, tentando satisfazer a curiosidade com os novos e candentes reflexos do deslumbrante carro do Alemão.

Se Alemão construía permanentemente  tal portento com focos velhos de lanterna, pedaços de espelhos, latas ou qualquer coisa que brilhasse, fico a imaginar ele decorando um carro alegórico do carnaval carioca ou um ônibus no Paquistão, com as facilidades urbanas de acesso a esses enfeites, o reflexo certamente atingiria os confins da galáxireou brilharia como a carruagem de Apolo.

As reverberações do carro do Alemão vieram do passado assombrar-me, pois diariamente a mídia trombeteia os milhares de focos de calor emanados do Pantanal, trazendo de volta como focos de queimada o apocalipse de fogo que estava na pauta pré pandemia, se hoje existisse o carro do Alemão certamente seria um foco de calor durante boa parte da noite.

Como são focos de calor os telhados de zinco, as baías rasas que estão secando, areiões de estradas e até mesmo baixadas secas.

Tudo isso não está no mundo dos  que operam os terminais das imagens de satélites, os mais próximos da Terra a 900 quilômetros  de altura, mas está em seu horizonte assustar uma população urbana  ansiosa para ter bons e equivocados  sentimentos em relação à preservação do Pantanal e com isso, atribuir a importância que se acham merecedores por seus relevantes serviços de desinformação.

Imagens de satélite sem trabalho de campo no solo, vira simples horóscopo  quando não se considera que focos de calor não  são incêndios, incêndios tem vários focos de calor e acusar alguém por queimada sem nenhuma prova válida chega a ser crime, mas são geradas copiosas matérias jornalísticas na preguiçosa zona de conforto de redatores e leitores.

No Pantanal, nosso luminescente Alemão se eternizou pela relevância  nas humildes funções de praieiro que  produzia alimentos na horta, frutas no quintal,  beleza nos jardins, carregava a água e a lenha para  a cozinha alimentar a todos e certamente sua  carruagem solar  continua a irradiar o calor de 47° suficiente para virar um foco de calor detectado em São José dos Campos, pela irrelevância arrogante dos que só  produzem falsas notícias.

Por: Armando LacerdaPorto São Pedro

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