Como pantaneiro, agradeço os que compartilham a visão estratégica deste momento pós o previsivel incêndio nas áreas de reserva ou sem uso do Pantanal.
É possivel traduzir em palavras o conceito correto, o Pantanal concreto, pragmático, real como consequência da transmigração da cultura urbana de exploração da natureza para uma cultura pantaneira de plena incorporação na natureza.
Ê impossivel suportar sem reagir, esta canhestra tentativa de usar o poder financeiro cooptando os poderes estatais, criando um Pantanal idiota, abstrato, superficial, voltado para transformar o valor obtido por gerações dessa cultura tradicional pantaneira numa cripto moeda de uso imediato e corrente, num mercado cartorial, só acessível a poucas garras e cofres.
Determinadas ONGs usam seu poder financeiro para cooptar entes do Estado, que não vêm o paradoxo imposto já na negativa do nome, NÃO governamental mas gananciosos para aliviar o Estado, de todas suas atribuições de poder sobre a inocente população usando a imperiosa necessidade da preservação ambiental teórica .
No nome começa a dissonância cognitiva, é um NÃO que é mais que um SIM, aparecem sempre como milionários pródigos nas proximidades de agentes politicos, fardados e togados, distribuindo benesses, demonstrando poder.
Como poderia uma população ingênua resistir a tamanha demonstração de Poder ilimitado, atritando e desfazendo justamente do modo de viver responsável pela conservação do Pantanal?
O povo reconhece rapidamente o que o Poder Paraestatal é capaz, se titubear na aceitação do que sabe ser mentira, seus Capitães do Mato rapidamente impõe o seu poder de MILÍCIA.
A estratégia de atuar inicialmente em virtudes politicamente corretas complementares nas deficiências da ação estatal, deficiências reais ou induzidas, tão logo a propaganda consolida as virtudes corretas no imaginário da população externa, a população local logo vê os simpáticos e empáticos ongueiros, meio ripongos e facilmente enganáveis, vestirem os uniformes de um Poder arrogante que manda, faz e desfaz com todos os instrumentos coercitivos do Estado em mãos .
Começa como Madre Teresa de Calcutá socorrendo aflitos, logo virando um Duce a impor a escravidão mental localmente, enquanto divulga libertação globalmente da cultura imprestável !
É o momento que vivemos, é o momento que a imprensa divulga, imaginemos, só por um momento que os tradicionais sabem a origem e o porquê do fogo, sabem quem tacou o fogo e a mando de quem, assistirem estupefatos a gastança e a inocuidade do combate, piada repetida anualmente de ficar “combatendo” até a chuva apagar, trazendo a infalível chuva a certeza que da destruição aparente virá a ressureição e a fartura dobrada…
Agora, desfilando nos rios o seu poder nos barcos novos, dilapidando doações ao jogar fora toneladas de combustível e comida, a festança parece não ter fim!
Os vistosos uniformes param agora nas casas para distribuírem, repartirem, como pensa o pantaneiro, depois de pouco tempo de falatório e doutrinação, benesses, expectativa de muitas diárias e um uniforme novinho, garantia da mesma impunidade entrevista, parecida com a Santa Inquisição batizando gentios, dogmaticamente escolher entre ser assado na fogueira ou comer um assado na fogueira?
Para quem a vida é uma batalha diária, diante da cínica hipocrisia divulgada por todo o mundo, que mal haveria em se sujeitar, de dedos cruzados à mentira e aos mentirosos, recebendo imediato alívio de necessidades tão prementes…
À espera e confiante na verdadeira Redenção, pragmaticamente, como bom nativo que precisa sobreviver em tempos obscuros, o pantaneiro aproveita o assado oferecido…
Armando LacerdaPorto Sao Pedro