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Segredos e tesouros do Rio Taquari

Quem primeiro nos revelou os segredos do Rio Taquari foi o poeta Manoel de Barros, que em “Um rio desbocado” disse que”-Definitivo, cabal, nunca há de ser este rio Taquari” finalizando ao profetizar seu oculto tesouro, que todos deveriam considerar: “- Este é um rio cujos estragos compõem !”

O velho amigo Elias Kassar, que fazia a linha fluvial Corumbá-Coxim subindo e descendo com muita carga Rio Taquari, contou-me o porquê dos antigos mapas, o canal de seu delta próximo a Manga era chamado de Rio da Música, pelo peculiar barulho de suas velozes águas tocando, felizes, as proas das embarcações que o singravam.

A população taquarizana, inicialmente afogada nas águas de enchentes , subsidiaram por anos, com gado a preço vil e mão de obra barata o Governo Federal, executor dessa geopolítica de aproveitar uma mudança climática para viabilizar a transferência do Capital econômico acumulado da Planície para os Planaltos e até a Amazônia.

Entre os vários feitos da equipe multidisciplinar da CPAP EMBRAPA PANTANAL, destaca-se o de revelar ao mundo, no Documento 025, a delimitação científica dessa área inundada do Rio Taquari que batizaram de Lobo Ativo do Leque Aluvial do Rio Taquari, definindo a Mesopotâmia entre os rios Paraguai e Taquari como uma nova região geográfica do Pantanal, a sub região do Taquari.

Ao periciar a perda de gado dessa região, ao longo de décadas, através de cálculos de não venda e perda de UA/HA, chegou-se ao valor de Impostos e Capital que os infelizes da Planície já tinham colaborado com o Brasil, ao longo daqueles anos de assoreamento, inundação e destrutivas tragédias.

Sobre esse primeiro tesouro, surgiram outros em sequência: – OMECs, Prestação de Serviços Ambientais, Compensação de Reservas Legais, Créditos de Carbono, Reservas Legais cuidadas amorosamente, Cerrado e Savanas íntegros ou melhorados, explosão de vitalidade de Fauna e Flora aquática e terrestre, enfim, o patrimônio do Pantanal resiliente e sustentável.

Nas mãos de tão vulnerável população, logo surgiram os implacáveis caçadores de terras com potencial para commodities ambientais que investiram em Institutos Sócio Ambientais para levarem sua “expertise técnica” para também “auxiliar” no desconhecimento das autoridades políticas, judiciárias e órgãos de comando e controle sobre o Pantanal.

Como pontuou eminente pesquisador do Pantanal, mostrando propaganda do MS, sobre contraditória foto da soltura de um tucunaré na Piracema :
“- Política pública líquida, liquida com a coerência e o entendimento da sociedade.”

A União Internacional para Conservação da Natureza, (www.iucn.org) afirmou categoricamente que: “-Devido ao processo de acumulação
de turfa, as turfeiras são
ecossistemas ricos em carbono que armazenam e sequestram mais carbono do que qualquer
outro ecossistema terrestre …

Aos ainda céticos, sugiro abrir o Google e tambem consultar no site da United Nations Environment Programme, o mapa de 2021 intitulado The Global Peatland Map 2.0 e verifiquem que turfeiras do Brasil, ocorrem na mesma área do pantanal delimitada como Lobo Ativo do Taquari.

Tudo que os pantaneiros divulgam nesta série de artigos não representam hostilidade à academia, às esferas políticas governamentais federais, estaduais ou municipais, aos parques e reservas, aos Institutos ou ongs, isso é tarefa já cumprida pelo FIRMS da NASA, que mostra a qualquer hora, para o mundo inteiro, a coincidência de incêndios devastadores entre buscadores de tesouros ambientais em áreas “protegidas” no Pantanal” , quando confrontadas com as áreas graciosamente zeladas pela população tradicional.

Agora vamos de derradeira tentativa de avisar, usando como modelo e homenagen à credibilidade no Pantanal do inesquecível Luiz Ribeiro Quidá, o Lalá da Rádio Difusora Matogrossense no seu Programa “-Alô Pantanal, o único jeito da gente da cidade se comunicar com o povo deste imenso Pantanal”:

“- O Alô Pantanal avisa a todos os pantaneiros que as áreas que possuem na região inundada com águas do Taquari contém áreas úmidas que armazenam e sequestram carbono em turfeiras em formação.

Se já vendeu áreas úmidas desvalorizadas através de Contrato Particular de Compra e Venda, mas ainda não passou escritura definitiva, procure um advogado para verificar se tal contrato refere-se ao Registro Imobiliário de Áreas Escrituradas como Pastais e Lavradias, omitindo talvez de má fé, o estoque de valor ambiental nesse ecosistema úmido.

Tantos os pantantans que quiserem continuar a seguir regras que investidores exóticos IMPÕEM, em vez destes fatos que os Pantaneiros EXPÕEM, oferecemos a todos, indistintamente, as músicas deste elucidativo Programa Alô Pantanal !

Armando LacerdaPorto São Pedro

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