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Aumento de 529%: Queimadas devastaram 4,48 milhões de hectares no 1º semestre

Aumento de 529% nos incêndios florestais, alerta MapBiomas

Durante o primeiro semestre de 2024, 4,48 milhões de hectares foram devastados pelos incêndios florestais no Brasil. Esse valor corresponde à queima de uma área do tamanho da cidade do Rio de Janeiro a cada cinco dias.

O Monitor do Fogo do MapBiomas registrou que a média diária de território em chamas foi de 246,37 km², um espaço que é aproximadamente um quinto do tamanho da cidade do Rio, que ocupa 1,2 mil km². Esses dados demonstram um aumento alarmante de 529% nas queimadas em relação aos anos anteriores.

A pesquisa indicou que 78% dos incêndios aconteceram em áreas de “vegetação nativa”, com as áreas de pastagens e outros usos preenchendo o total.

Apesar do Pantanal ter sido notado pelo aumento no número de incêndios, a Amazônia acabou sendo o bioma mais prejudicado, com 2,97 milhões de hectares incendiados, o que equivale a 66% do total no Brasil.

O segundo lugar foi ocupado pelo cerrado, com uma área de 947 mil hectares incinerados, representando um aumento de 48% em comparação com o mesmo período do ano passado, dos quais 72% eram de vegetação nativa.

No Pantanal, 468 mil hectares foram queimados no primeiro semestre, com 79% dessas queimadas ocorrendo apenas em junho. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram registradas 3.568 ocorrências.

O interesse pelo Pantanal está aumentando. Tradicionalmente, o auge dos incêndios acontece em agosto, com uma tendência de crescimento em julho. Contudo, o começo de julho foi menos crítico, com 394 relatórios até a quinta-feira 10, e um dia sem nenhuma ocorrência de fogo.

Os focos de incêndio no começo do ano se concentraram majoritariamente na Amazônia. À medida que a estação seca avançava, o cerrado e o Pantanal emergiram como as regiões mais atingidas. Conforme a UFRJ, a seca no Pantanal atingiu seu pico mais alto em 70 anos, com uma diminuição de 61% na superfície coberta por água em 2023.

“Em 2024, não tivemos o pico de cheia. O ano registra um pico de seca, que deve se estender até setembro”, destacou o coordenador da equipe Pantanal do MapBiomas, Eduardo Rosa. “O Pantanal em extrema seca já enfrenta incêndios de difícil controle.”

Rosa destacou diversas estratégias para a prevenção e combate ao fogo, que podem ser aplicadas em outros biomas, incluindo o manejo integrado do fogo, queimadas controladas, aceiros, monitoramento e alerta precoce, educação ambiental, sensibilização da sociedade, campanhas de conscientização e treinamento de brigadas.

Outras regiões de biomas sentiram o impacto: 73 mil hectares da Mata Atlântica foram queimados, o pampa teve 1.145 hectares atingidos pelo fogo, sendo o menor índice registrado nos últimos seis anos, e a caatinga viu um crescimento nos incêndios, com 16.229 hectares queimados.

No mês de junho, a quantidade de incêndios aumentou o dobro em comparação com o mesmo período do ano anterior, atingindo um total de 1,1 milhão de hectares.

As informações são da Revista Oeste

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