Eloísa contou que o processo foi simples e rápido e ressaltou a importância do programa. “É um benefício muito importante para nós da comunidade indígena. Todos os alimentos que vêm são bem úteis na nossa residência, na nossa casa. Têm ajudado bastante a nossa família. Isso é gratificante para nós”, contou Eloísa. “Se não fosse a cesta, eu acho que a gente ficaria meio precária nessas horas porque a nossa comunidade precisa ter uma ajuda do governo”, acrescenta.
A jovem gestante cuida da casa enquanto o marido trabalha na lavoura. E se depender da questão nutricional, a pequena Isabela vai nascer com muita saúde.
As cestas alimentares entregues todos os meses para 19.899 famílias em 86 aldeias de 27 municípios de Mato Grosso do Sul sofreram alterações em meados deste ano para melhor atender a realidade cultural e os costumes dos povos originários e garantir a nutrição adequada. A cesta alimentar entregue pelo Governo do Estado conta com arroz, feijão, sal, macarrão, leite em pó, óleo, açúcar, fubá, charque, canjica e erva de tereré.
Parecer técnico da Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da UFMS ajudou a nortear parte das mudanças implementadas. Foi o caso da ampliação na quantidade de feijão de 3 para 4 pacotes de 1 quilo. Outra sugestão adotada foi a substituição da farinha de mandioca pela canjica amarela.
Além disso, a Sead (Secretaria de Estado de Assistência Social e dos Direitos Humanos) incluiu mais um produto na cesta, a erva de tereré, o que também vai ao encontro da cultura dos povos originários e da população de Mato Grosso do Sul. São dois pacotes de 500g todos os meses. Com isso, a cesta alimentar cresceu, passando de 10 para 11 itens.
Outra novidade para garantir a saúde dos indígenas foi a redução de produtos que, em excesso, fazem mal para saúde: óleo e açúcar. Essa diminuição também atende uma recomendação da UFMS. Em vez de 4 unidades de óleo de soja 900 ml, a cesta agora conta com 3. E a quantidade de pacotes de açúcar cristal de 2 kg passou de 2 para 1.
Qualidade
A entrega de alimentos aos indígenas pelo Governo do Estado é feita em todas as aldeias rurais regularizadas. A qualidade desses produtos é uma preocupação da Sead. Arroz e feijão são do tipo 1. E uma novidade é a aferição da qualidade por meio de uma parceria com a Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal). São, no mínimo, 3 análises a cada 6 meses.
Para o charque há exigência de selo SIF (Serviço de Inspeção Federal) e SIE (Serviço de Inspeção Estadual) e da licença sanitária do veículo que faz a entrega. Além disso, o governo também está em processo de contratação de laboratório credenciado pelo Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) para o monitoramento dessa carne. E os itens podem ser inspecionados a qualquer tempo.
Economia
Para valorizar o dinheiro público e possibilitar a ampliação do programa, a Sead também trabalhou na redução do valor investido na aquisição das cestas. A economia é de quase R$ 7 milhões por ano. Enquanto, antes, o custo era de R$ 51.256.049,40, agora é de R$ 44.266.652,40.
Digital
Com o recadastramento, além de contar com os dados atualizados, haverá a modernização e facilitação da entrega de cestas do programa Mais Social. O controle digital garantirá a destinação correta dos alimentos. O recadastramento começou por Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti e continua em aldeias de outros municípios.
Em uma segunda etapa, os beneficiários recadastrados do programa receberão um cartão com um QR Code para ser usado no momento da retirada da cesta. O do titular será na cor azul. Haverá também os cartões na cor verde, que são de pessoas autorizadas a retirar o alimento caso o titular não esteja presente.
Paulo Fernandes e Leomar Alves Rosa, Comunicação Sead
Foto: Monique Alves