Crise energética em Cuba: Ditadura comunista impõe restrição ao uso de ar-condicionado
País sofreu com três apagões no último mês
Na última terça-feira, 26, a “ditadura de Cuba” divulgou novas regras para a utilização eficiente da energia e a implementação de fontes renováveis no país. A nova política obriga as empresas que consomem grandes quantidades de energia a produzirem no mínimo 50% da eletricidade consumida durante os períodos de maior demanda.
As companhias que utilizarem mais de 30 megawatts-hora mensalmente ou 50 mil litros de combustíveis no último ano são consideradas grandes consumidoras e terão a obrigação de estabelecer sistemas de “energia renovável”, como “painéis solares” e “geradores eólicos”.
O primeiro-ministro Manuel Marrero Cruz assinou um decreto que estabelece a exigência de contratos de fornecimento com parques solares geridos pelo governo cubano para empresas que não têm a capacidade estrutural de instalar os equipamentos.
O período de ajuste se estende por até três anos, ou seja, até 2027. Após este tempo, se os consumidores não atenderem às demandas, eles estarão propensos a receber multas e penalidades, que podem abranger a interrupção do fornecimento de energia.
Vários setores da economia cubana, incluindo empresas públicas, cooperativas e entidades privadas, são afetados pela medida. É esperado pelo governo que as novas diretrizes ocasionem uma diminuição notável no uso de energia nos períodos de pico, identificados no decreto como entre 11h e 13h e entre 17h e 21h.
A principal legislação aborda a utilização de aparelhos de ar condicionado. Não é permitido que os sistemas de refrigeração em Cuba funcionem a uma temperatura abaixo de 24ºC, a não ser em circunstâncias que necessitem de temperaturas mais frias, como em refrigeradores.
É imperativo manter a limpeza de filtros, evaporadores e condensadores nos equipamentos de climatização e refrigeração. Essa ação busca garantir maior eficiência energética e estender a vida útil dos dispositivos.
O decreto também promove a criação de uma infraestrutura nacional para a produção de “energia renovável”, trazendo benefícios econômicos de longo prazo e impactando positivamente a balança comercial, ao diminuir a dependência de importação de combustíveis.
A regulamentação impõe um regime severo de penalidades para as companhias que desrespeitarem as novas regras, com multas que podem atingir até 15 mil pesos cubanos para empresas privadas e 2,5 mil pesos para os responsáveis por setores em instituições públicas.
Rede elétrica de Cuba está à beira do colapso
No dia 18 de outubro, ocorreu um acidente que resultou no desligamento da central termoelétrica Antonio Guiteras, provocando um apagão na ilha. A ditadura classificou a falha como “gravíssima”, deixando cerca de 10 milhões de indivíduos sem acesso à energia elétrica.
O regime decidiu fechar todas as escolas e algumas atividades públicas para fazer frente à emergência, a mais grave dos últimos dois anos. “Não haverá descanso até que a energia seja restaurada”, escreveu o ditador Miguel Diaz-Canel, no Twitter/X.
Apenas trabalhadores essenciais dos setores estatais de “alimentos” e “saúde” devem se apresentar ao trabalho, conforme informado pelo governo de Havana. Posteriormente, um novo blackout afetou outra área da ilha. No total, é possível que até 50% da população tenha sido impactada.
Diaz-Canel atribuiu o colapso energético ao bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos, justificativa apresentada por Cuba para todos os problemas que ocorrem na ilha desde a revolução comunista.
“Tudo acontece por causa das divisas que não temos, em virtude da perseguição financeira e do combustível que não temos por causa da perseguição energética”, disse o ditador.
A ilha produz energia através de oito termoelétricas antigas, que são frequentemente danificadas ou em manutenção, além de sete instalações flutuantes alugadas de empresas turcas e de grupos eletrogêneos. Atualmente, Cuba passa pela sua pior crise em 30 anos, caracterizada por falta de alimentos, medicamentos e frequentes apagões que afetam a produção.
Em novembro, o furacão Rafael provocou mais um apagão e acarretou numerosos danos materiais, conforme informado pelo governo de Cuba. Díaz-Canel declarou que sua “principal meta” naquele momento era a restauração da eletricidade.
Revoltados, cubanos protestaram pelo país durante o apagão. De acordo com a procuradoria do país, diversas pessoas foram presas por “desordem pública”. Somente em Havana, mais de dez cidadãos foram indiciados por se manifestarem.
As informações são da Revista Oeste