
Um agente da Polícia Federal protagonizou uma confusão em uma choperia no Sudoeste, em Brasília, ao recusar-se a pagar uma conta de R$ 178,42 após consumir porções de picanha e 16 chopes. O caso ocorreu em 11 de março, mas só veio à tona após o inquérito da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) ser concluído e o Ministério Público oferecer denúncia.
Identificado como Eduardo Tavares Mendes Júnior, o policial estava lotado em Alagoas e se encontrava em Brasília para um curso. Após se recusar a pagar, Eduardo foi preso e autuado por fraude, ameaça, desacato, desobediência, recusa de fornecimento de dados e coação no curso do processo.
“Sou da PF, isso não vai ficar assim”
Segundo relatos, o agente chegou ao local com um amigo. Ambos consumiram 16 chopes, encerraram a primeira conta (de R$ 156,64), e o amigo foi embora. Eduardo, sozinho, pediu uma nova comanda e consumiu picanha e mais sete chopes, totalizando R$ 178,42.
Ao ver o valor da segunda conta, Eduardo se exaltou, alegando que não se lembrava das bebidas, apenas da carne, e declarou que não pagaria por “pilantragens de bar”. Apresentou-se como policial federal e afirmou que o caso “não ficaria assim”.
PM e PCDF acionadas: tumulto na delegacia
A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) foi chamada. Já na delegacia, o comportamento agressivo de Eduardo escalou. Ele se negou a se identificar, resistiu à revista pessoal, e afirmou que não aceitava ser abordado por um policial civil. Mostrou o documento funcional de longe, dificultando a checagem da identidade.
Diante da recusa e da embriaguez, foi algemado e revistado. Durante o procedimento, ameaçou a equipe da delegacia, dizendo:
“Eu sou policial federal e isso não vai ficar assim. Vocês vão ver.”
Já dentro da cela, alegou ter influência: afirmou que seu pai seria o procurador-geral de Justiça de Alagoas e iria retaliar a equipe policial.
Polícia Federal e Superintendência foram informadas
A Superintendência da Polícia Federal no DF foi notificada sobre a autuação, mas não enviou representantes. Eduardo também se recusou a informar contatos de familiares, não quis prestar depoimento e não assinou os documentos do processo.
Ligação com associação de servidores da PF
Eduardo Tavares Mendes Júnior é presidente da Associação dos Servidores da Polícia Federal em Alagoas (ANSEF/AL), com mandato até 2025. A entidade ainda não se pronunciou sobre o episódio.