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Coca-Cola terá versão com cana-de-açúcar após pedido de Trump

Edição alternativa com açúcar cultivado nos EUA será lançada no outono; medida visa substituir xarope de milho

A Coca-Cola confirmou nesta terça-feira (22) que lançará uma nova versão de sua bebida nos Estados Unidos adoçada com cana-de-açúcar, atendendo a um pedido do presidente Donald Trump. A novidade surge poucos dias após Trump declarar que a empresa havia concordado em reformular a receita.

A edição especial será produzida com açúcar cultivado em solo americano e tem lançamento previsto para o outono de 2025. Atualmente, a fórmula padrão da Coca nos EUA usa xarope de milho com alto teor de frutose, um adoçante mais barato e comum no país.

“Boa iniciativa”, comemorou Trump na Truth Social, afirmando que a Coca-Cola havia aceitado seu pedido pelo retorno ao açúcar de cana.

Na ocasião, a empresa não confirmou a reformulação, mas agradeceu o entusiasmo do presidente. Agora, a iniciativa foi oficialmente anunciada.

Pressão política e saúde pública

A mudança também reflete pressões internas do secretário de Saúde dos EUA, Robert F. Kennedy Jr., que faz campanha contra ingredientes ultraprocessados. Ele critica o uso do xarope de milho, corantes artificiais e óleos refinados, relacionando-os ao aumento de doenças metabólicas entre os norte-americanos.

Mesmo limitada a uma nova versão, a medida provocou reação do setor agrícola. A Associação de Refinadores de Milho alertou para potenciais impactos econômicos e perdas de emprego na indústria de alimentos e bebidas, argumentando que não há evidência de benefícios à saúde com a troca.

Adoçante pode ser importado do Brasil — mas há entraves

O Brasil é o maior produtor mundial de açúcar de cana, e há expectativa de que parte da matéria-prima usada na nova Coca seja importada do país. No entanto, o cenário ficou incerto após Trump anunciar, para agosto, tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, como açúcar, café, suco de laranja e carne.

Nos EUA, já existem versões especiais da Coca-Cola adoçadas com cana-de-açúcar, como a “Mexican Coke”, importada do México. Em países como Brasil e Reino Unido, o açúcar de cana é usado na fórmula tradicional.

Curiosamente, apesar da campanha por uma Coca mais “natural”, Trump continua fiel à Diet Coke, refrigerante adoçado com aspartame. Durante seu mandato anterior, presidente mantinha um botão exclusivo na mesa do Salão Oval apenas para pedir a bebida.

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