O Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, instigou a Procuradoria-Geral da República a expressar-se novamente sobre o arquivamento do inquérito que examina se Jair Bolsonaro interferiu ou não na Polícia Federal, conforme relatado por O Globo.
Em despacho nesta sexta-feira, 17, o ministro escreveu:
“Abra-se vista dos autos à Procuradoria-Geral da República para eventual ratificação da proposta de arquivamento.”
Ficou na gaveta
A decisão de Alexandre de Moraes ocorreu um ano e meio depois da PGR, liderada naquele momento por Augusto Aras, ter defendido o encerramento da investigação.
Em setembro de 2022, Lindôra Araújo, ex-vice-procuradora-geral da República, solicitou o arquivamento. Anteriormente, em março, a Polícia Federal tinha concluído que não era possível acusar Bolsonaro por uma suposta interferência.
“Considerando as circunstâncias que permeiam o caso, a partir da análise criteriosa do arsenal probatório carreado aos autos, não há como atribuir ao Presidente da República Jair Messias Bolsonaro e ao ex-ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública Sergio Fernando Moro o cometimento de atos com repercussão criminal”, disse a ex-vice-procuradora.
Novo comando na PGR
A decisão do ministro Alexandre de Moraes acontece após a mudança de liderança no Ministério Público Federal.
Paulo Gonet está à frente da Procuradoria-Geral da República desde dezembro de 2023.
Gonet, o candidato de Moraes
Paulo Gonet recebeu o apoiou de Alexandre de Moraes para ser nomeado pelo presidente Lula (PT) como Procurador-Geral da República.
Durante as eleições de 2022, Gonet, no papel de procurador-geral eleitoral, apresentou uma representação contra Bolsonaro por suas declarações que questionavam o sistema eleitoral brasileiro. Além disso, pediu a remoção do vídeo de uma reunião com embaixadores da mídia.