No contexto dos incêndios recordes no Pantanal, as ministras do Meio Ambiente e do Planejamento, Marina Silva e Simone Tebet, respectivamente, atribuíram a origem do fogo principalmente à atividade humana. Silva enfatizou que o governo começou ações preventivas em setembro do ano anterior, em colaboração com o estado do Mato Grosso do Sul, e que a operação em curso foi acelerada devido à “junção perversa” dos elementos climáticos. Por outro lado, Tebet propôs que os fazendeiros possam ter exacerbado os incêndios como meio de “passar a boiada” antes do aumento da fiscalização, em resposta à recente aprovação da Lei do Pantanal, que expandiu os critérios de proteção ambiental no bioma.
Na última sexta-feira, as ministras fizeram um sobrevoo na região e realizaram uma visita à instalação de combate a incêndios em Corumbá (MS), a cidade que acumulou 66% dos 3.531 focos de calor identificados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inep) desde o começo do ano. Esse número é um marco na série histórica que começou em 1988. No semestre atual, a quantidade de incêndios é 40% maior que em 2020, ano em que um terço da extensão do Pantanal foi incendiada.
Tebet rejeitou qualquer negligência do governo estadual ou federal, assegurando que não houve escassez de fundos para apoiar as medidas. “O que aconteceu no Pantanal não foi por omissão ou falta de planejamento do governo federal ou estadual, também não foi por falta de recursos”, declarou Tebet. Ela adicionou que a diretriz do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é que não haja falta de recursos para lutar contra os incêndios.
Marina Silva divulgou que só na primeira metade deste ano (até o dia 26 de junho), o Pantanal teve 3.426 pontos de incêndio registrados. Marina afirmou que “O número está muito acima do normal e superior, inclusive, ao volume registrado em 2020, ano dos maiores incêndios já registrados na região”, disse Marina.
Na passada segunda-feira (24), o governo sul-mato-grossense decretou estado de emergência em virtude dos incêndios no Pantanal. O decreto, que inclui os municípios atingidos pelas chamas, permite, entre outras providências, a realização de licitações sem a necessidade de edital para medidas emergenciais.