A candidatura do PT em Goiânia (GO), uma das poucas com possibilidade de vitória entre todas as capitais brasileiras, tem se destacado pela ausência de símbolos significativos do partido, como o vermelho, até agora.
Adriana Accorsi (PT), deputada federal e única mulher concorrendo à prefeitura da cidade, optou por colocar de lado a cor do seu partido e adotar o lilás. Essa alteração tem sido interpretada pelos opositores como uma tática para “esconder” a afiliação ao PT em uma cidade com eleitorado de tendência conservadora, tornando-se um tópico frequente nos debates.
Durante sua participação no debate televisionado pela TV Brasil Central em 19 de agosto, pela primeira vez ela abordou o assunto, após ser desafiada por Fred Rodrigues, candidato adversário do PL.
“Eu gostaria de aproveitar a oportunidade para falar sobre a cor escolhida para a nossa identidade visual, que é o lilás. O lilás que é a cor dos direitos da mulher e do combate à violência contra as mulheres”, justificou. “Goiás, apesar de termos uma excelente segurança pública, tem recorde de feminicídios.”
Mudança de estratégia na terceira tentativa
Adriana, ex-delegada da Polícia Civil de Goiás (PCGO), está concorrendo à prefeitura de Goiânia pela terceira vez. Em 2016, ela conquistou o quinto lugar e, em 2020, o terceiro. Atualmente, ela figura entre os líderes das pesquisas, com possibilidades de progredir para o segundo turno.
Em contraste com as eleições passadas, onde o vermelho e os símbolos do PT eram claramente visíveis nos materiais de campanha, agora a estratégia é evidente: a alteração do estilo visual busca se comunicar com um segmento mais amplo do eleitorado de Goiânia.
O símbolo vermelho do PT se transformou somente no ponto do “i” de Adriana. A música da campanha não menciona “treze”, o número do partido, mas “um” e “três”, individualmente. “Digite um, digite três. Vote Adriana, que chegou a nossa vez”, é o que afirma a letra da canção.
