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Supersalários no judiciário: retroativos de R$ 1,4 bilhão pagos em 2024

Minas Gerais lidera pagamentos milionários; gastos preocupam em meio à crise fiscal

Em 2024, cinco Tribunais de Justiça estaduais desembolsaram mais de R$ 1,4 bilhão em pagamentos retroativos, conforme levantamento da Gazeta do Povo. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) lidera o ranking, com R$ 378 milhões pagos. Na sequência, aparecem o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), com R$ 349 milhões, e o Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR), que desembolsou R$ 309 milhões.

Os pagamentos estão amparados por decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que reconhecem a legalidade dos repasses.

Principais beneficiados pelos retroativos

No TJMG, 27 magistrados receberam mais de R$ 500 mil cada um em março. O desembargador Amilar Campos Oliveira foi o maior beneficiado, acumulando R$ 563 mil, dos quais R$ 124 mil foram pagos em um único mês.

Outros destaques incluem:

  • José Fernandes Filho: R$ 552 mil.
  • Odilon Ferreira da Silva: R$ 549 mil.

No TJSP, os principais beneficiados foram:

  • José Benedito Franco de Godoi: R$ 453 mil.
  • José Aparecido Rabelo: R$ 404 mil.

Já no TJPR, a juíza Adriana Persiani recebeu R$ 497 mil, enquanto o desembargador Fernando Wolf Filho e a juíza Vanessa Camargo acumularam R$ 470 mil cada um.


Outras regiões e tribunais

Além dos líderes em gastos, outros tribunais também registraram pagamentos significativos:

  • Santa Catarina (TJSC): R$ 159 milhões.
  • Rio Grande do Sul: R$ 206 milhões.
  • Mato Grosso do Sul: R$ 87 milhões.
  • Pernambuco: R$ 71,7 milhões.
  • Pará: R$ 53,5 milhões.

Entre os Tribunais Regionais Federais, o TRF4, em Porto Alegre, liderou com R$ 15,7 milhões em retroativos, seguido pelo TRF1, em Brasília, que pagou R$ 11,2 milhões.


Justificativas e recomendações

O TJSP afirmou que os pagamentos são regulares e incluem direitos atrasados, como férias não pagas, seguindo determinações do STF e do CNJ. A Corte enfatizou a recomendação do CNJ para reduzir passivos, a fim de evitar o acúmulo de encargos como correção monetária e juros.

Apesar disso, o volume de recursos destinados a retroativos levanta preocupações sobre a gestão fiscal do Judiciário. O CNJ recomendou que os tribunais priorizem o pagamento de débitos principais de forma célere e dentro de suas capacidades financeiras, minimizando impactos no orçamento.

Até o momento, apenas o TJSP comentou oficialmente sobre os pagamentos.

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