O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abandonou qualquer tentativa de conciliação e adotou um tom mais agressivo em relação à oposição. Durante um jantar com a bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) na última sexta-feira (31), em Brasília, ele declarou:
“Acabou Lulinha paz e amor”, sinalizando que pretende partir para o confronto político nos próximos anos, visando sua reeleição em 2026.
O petista acusou aliados de Jair Bolsonaro de trabalharem apenas com “fake news” e pediu que seus parlamentares se mobilizem contra a oposição.
“Não pode deixar eles falando sozinhos”, afirmou Lula, convocando a bancada petista a “sair para o enfrentamento” e levar o povo às ruas.
A mudança de postura ocorre em meio à queda na popularidade do governo, à crise econômica e ao aumento da inflação impulsionada pelo descontrole dos gastos públicos.
Lula intensificará viagens para buscar apoio popular
Além do tom belicoso, Lula indicou que pretende viajar mais pelo Brasil, reforçando sua imagem entre a população, especialmente no interior. Segundo o presidente, 2025 será “o ano da colheita”, quando os efeitos das políticas públicas de sua gestão supostamente começarão a ser sentidos.
O evento também marcou a nomeação de Lindbergh Farias (PT-RJ) como o novo líder do partido na Câmara. A primeira-dama Janja circulou entre os convidados, posando para fotos e reforçando seu papel de influência dentro do governo.
Discurso hostil reflete fragilidade do governo
A postura combativa de Lula não surpreende, mas revela a dificuldade do governo em manter apoio popular. A economia dá sinais de enfraquecimento, e as pesquisas mostram queda na aprovação do presidente.
A estratégia de partir para o embate direto com a oposição parece mais uma tentativa de desviar o foco dos problemas internos do que uma decisão política calculada.
Ao invés de apresentar soluções concretas para os desafios do país, o governo opta por polarizar ainda mais o cenário político, jogando a responsabilidade sobre seus adversários e incentivando a militância a reagir contra opositores.
Enquanto isso, a inflação corrói o poder de compra dos brasileiros, os gastos públicos seguem em alta, e Lula busca manter o controle narrativo para garantir sua sobrevivência política em 2026.