Advogado de perseguidos pelo STF critica OAB: “Representa o poder, não os advogados””
De acordo com o jurista André Marsiglia, a entidade passou a ser dominada por advogados de grandes centros urbanos, especialmente em Brasília, com uma agenda que favorece os interesses do Judiciário e da elite política.
Por: Pablo Carvalho
O jurista André Marsiglia levantou nesta segunda-feira (3) sérias questões sobre a verdadeira atuação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Ele compartilhou uma matéria da Folha de S.Paulo, que destacou a reeleição de Beto Simonetti à presidência da OAB, mas, ao contrário de comemorar a eleição, o especialista usou a oportunidade para afirmar que “não há críticos de Moraes ou do STF na OAB. A OAB representa o poder, não os advogados”. Com isso, ele reforçou sua visão de que a OAB, longe de ser a defensora dos direitos dos advogados, se distanciou de seu papel original.
Marsiglia, conhecido por suas opiniões contundentes sobre a liberdade de expressão, criticou o que considera um processo de elitização dentro da OAB. De acordo com o jurista, a entidade passou a ser dominada por advogados de grandes centros urbanos, especialmente em Brasília, com uma agenda que favorece os interesses do Judiciário e da elite política. Para ele, a OAB, em vez de ser um canal de representação para os advogados de base, se tornou uma ferramenta do sistema, alinhando-se com os poderes da República e negligenciando os advogados mais carentes.
A análise de Marsiglia aponta para um descompasso entre as necessidades da classe e as ações da OAB. “A OAB deixou de ser uma solução aos advogados mais carentes e passou a ser parte do problema”, afirmou. Ele alerta que, em um país que apresenta sinais de autoritarismo, advogar se tornou um desafio constante para os profissionais, enquanto a Ordem se posiciona cada vez mais como uma instituição ligada aos interesses do topo do poder, e não como uma defensora dos direitos dos cidadãos e advogados.
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