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Alexandre de Moraes manda prender mãe do 8 de janeiro e ignora recurso

“Receio de fuga”, justificou o ministro do STF ao determinar a prisão preventiva de Juliana de Barros

Por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Juliana de Barros, uma das envolvidas nos atos de 8 de janeiro, foi presa preventivamente na tarde da quarta-feira (26). A justificativa apresentada pelo magistrado foi o “receio de fuga”. Atualmente, Juliana se encontra detida em uma prisão em Luziânia (GO).

Apesar de ter sido condenada a 17 anos de prisão pelo STF em 16 de dezembro de 2024, a defesa da dona de casa argumenta que ela ainda tinha direito de recorrer em liberdade. Segundo os advogados, a Corte sequer analisou os embargos de declaração protocolados em 20 de janeiro deste ano.

Decisão de Moraes e alegações da defesa

O mandado de prisão, obtido pela Revista Oeste, afirma que a detenção preventiva se justifica pelo risco de fuga, mencionando casos semelhantes de réus condenados pelos eventos de 8 de janeiro.

“O término do julgamento do mérito da presente ação penal e o fundado receio de fuga da ré, como vem ocorrendo reiteradamente em situações análogas nas condenações referentes ao dia 8/1/2023 (…) autorizam a prisão preventiva para garantia efetiva da aplicação da lei penal e da decisão condenatória deste STF”, diz um trecho da decisão.

À coluna, a advogada de Juliana, Valquíria Durães, afirmou que sua cliente sempre cumpriu todas as medidas restritivas impostas pela Justiça, incluindo o uso da tornozeleira eletrônica.

Quem é Juliana de Barros

Casada e mãe de três crianças, Juliana, de 34 anos, é dona de casa e responsável pelos cuidados dos filhos, que possuem problemas de saúde. A filha mais nova, de 7 anos, tem problemas cardiovasculares, enquanto o filho de 9 anos sofre de complicações respiratórias. O filho mais velho, de 17 anos, enfrenta um quadro de depressão, agravado pela prisão da mãe e pelo suicídio do pai.

“Juliana se dedica integralmente ao lar, exercendo com zelo e responsabilidade suas funções”, declarou sua advogada. “Cristã, orienta sua vida pelos princípios da fé, pautando suas ações na honestidade, respeito e solidariedade. Sua postura é marcada pela ética e valorização da família.”

Nota da defesa

A defesa de Juliana emitiu um comunicado lamentando a decisão e apontando um cenário de perseguição política.

“Vivemos tempos difíceis. A honestidade, que deveria ser um pilar da sociedade, parece ter se tornado um fardo pesado demais para quem insiste em segui-la. Enquanto criminosos são beneficiados com indultos, reduções de pena e brechas jurídicas, cidadãos de bem enfrentam perseguições e censuras simplesmente por se expressarem.

O que era para ser justiça virou um jogo de interesses. O que era para ser liberdade virou um campo minado, onde uma opinião pode custar caro. Parece que estamos sob o jugo de um sistema que protege os poderosos e pune os que ousam questionar.”

 

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