
A ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, evitou criticar a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que afirmou ter escolhido uma “mulher bonita” para comandar a articulação política no Congresso. Durante uma cerimônia no Palácio do Planalto, na quarta-feira (12), Lula fez o comentário ao se referir à substituição de Alexandre Padilha por Gleisi na pasta, dirigindo-se aos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
Gleisi defende Lula e ataca oposição
Em vez de responder diretamente à fala de Lula, Gleisi utilizou suas redes sociais para atacar os críticos do presidente, classificando-os como “canalhas, misóginos e machistas”.
“Repudio os ataques canalhas de bolsonaristas, misóginos, machistas e de violência política. Desprezam as mulheres. Não me intimidam nem me acuam. Oportunistas tentando desmerecer o presidente Lula. Gestos são mais importantes que palavras”, escreveu a ministra no X (antigo Twitter) nesta quinta-feira (13).
Ela também exaltou a trajetória do petista na promoção de mulheres a cargos de liderança:
“Não teve e não tem outro líder como o presidente Lula, que mais empoderou as mulheres. Não é qualquer líder que ousa lançar a primeira mulher presidenta do país, a primeira presidenta do PT, o que mais nomeou mulheres ministras, nas estatais, no Banco do Brasil, na Caixa, no Superior Tribunal Militar e outros tantos lugares”, afirmou.
Comparação com Bolsonaro
Em tom mais agressivo, Gleisi Hoffmann comparou Lula ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e afirmou que seus opositores não têm moral para criticá-lo:
“Que moral vocês têm? Vocês esqueceram das entrevistas, dos vídeos em que Bolsonaro agrediu as mulheres, estimulando a violência política e física, o preconceito, o machismo? Canalhas, respeitem a inteligência do povo brasileiro”, concluiu.
Silêncio seletivo e contradição
Enquanto Gleisi Hoffmann condena com veemência a oposição por misoginia, ela se recusa a reconhecer a declaração inadequada de Lula, reforçando um silêncio seletivo quando a postura machista vem de seu próprio partido. A postura da ministra levanta questionamentos sobre a coerência do feminismo petista, que prioriza conveniências políticas em vez de uma defesa universal dos direitos das mulheres.