
Durante seu discurso em um evento da indústria da construção em São Paulo nesta terça-feira, o presidente Lula decidiu recontar uma das suas histórias favoritas de seu governo. A história é sobre seu primeiro encontro com a economista búlgara Kristalina Georgieva, que ocupa o cargo de diretora-geral do Fundo Monetário Internacional desde 2019. O encontro mencionado pelo presidente ocorreu há cerca de dois anos, em maio de 2023, durante a Cúpula do G7 em Hiroshima, no Japão.
O chefe de estado habitualmente utiliza essa narrativa em seus discursos públicos para evidenciar a distinção entre as previsões do mercado financeiro e de especialistas e o desempenho econômico de sua administração. Contudo, nesta ocasião, Lula mencionou a diretora do FMI como “em 2023”, uma expressão evidentemente machista, fazendo gestos e expressões faciais ao replicar o que ela supostamente teria dito naquela ocasião.
Lula Chama Diretora do FMI de ‘Uma Mulherzinha’ Durante Discurso pic.twitter.com/VoRDAKvgAP
— ContraFatos (@Contra_fatos) April 8, 2025
“E lá [em Hiroshima] eu encontro com uma mulherzinha, sabe, presidenta do FMI, diretora-geral do FMI, nem me conhecia. ‘Presidente Lula, presidente Lula, você sabe que tá difícil a coisa pro Brasil, o Brasil só vai crescer 0,8%’. Eu falei: ‘Você nem me conhece, eu não te conheço, sabe?, como é que você fala que o Brasil vai crescer 0,8%?’. E a resposta veio no final do ano, o Brasil cresceu 3,2%””, declarou Lula, falando de improviso.
“Depois começou os outros, porque tá cheio de especialista nesse país, não tem um especialista para dar um palpite bom, é só para dizer desgraça, ‘não vai dar certo, pois não é possível, a economia não vai crescer, a economia não vai crescer’. Tá cheio de dono da verdade, tá cheio de professor de Deus dando palpite em economia. ‘A economia só vai crescer 1,5%, ela não vai passar crescer 3.4%’”, complementou.
Lula mencionou que o então presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, também compareceu à Cúpula do G7 de 2023 em Hiroshima, local onde os americanos lançaram uma bomba atômica em 1945, antes de fazer referência à diretora-geral do Fundo Monetário Internacional. Ele recordou que ela já havia sido recebida por ele no Palácio do Planalto em março do ano anterior.
“Eu, se fosse presidente dos Estados Unidos, jamais iria no lugar que jogou a bomba. Mas ele foi”, confidenciou Lula à plateia de empresários.