
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já desembolsou R$ 23,3 milhões em campanhas publicitárias nos primeiros meses de 2025. Os dados, obtidos no portal da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), mostram que os valores foram distribuídos entre seis modalidades de mídia, com a televisão concentrando a maior fatia.
A quantia representa mais uma amostra do volume crescente de recursos públicos direcionados à publicidade institucional, mesmo diante de um cenário de desafios fiscais e pressão por contenção de gastos.
Televisão lidera como principal destino da verba
Entre as categorias de mídia, a televisão aparece como principal beneficiária, com R$ 14,6 milhões recebidos desde 1º de janeiro. A internet segue em segundo lugar, com R$ 7,3 milhões pagos a sites e portais que veiculam conteúdos do governo federal.
Outros segmentos da comunicação também receberam repasses:
- Rádio: R$ 1,09 milhão
- Mídia exterior digital: R$ 231 mil
- Mídia exterior (outdoors, painéis etc.): R$ 108 mil
- Jornais impressos: R$ 6,9 mil
Até o momento, não há registro de gastos com publicidade em cinema ou revistas impressas.
Grupo Globo já recebeu quase R$ 10 milhões em 2025
A maior parte dos valores direcionados à televisão teve como destino o Grupo Globo, que sozinho recebeu mais de R$ 9,6 milhões em campanhas publicitárias do governo Lula ao longo deste ano.
Desse montante:
- R$ 8,7 milhões foram destinados à TV Globo e afiliadas;
- R$ 843,6 mil foram pagos por publicidade veiculada em sites e portais digitais do grupo;
- A rádio BH FM, controlada pelo conglomerado, recebeu R$ 5,1 mil.
Mesmo com a mudança na chefia da Secom — a saída de Paulo Pimenta e a chegada de Sidônio Palmeira em janeiro —, os repasses milionários ao grupo seguem constantes. Nos dois primeiros anos da gestão petista, o Grupo Globo já havia sido contemplado com mais de R$ 300 milhões em publicidade oficial.
Gasto publicitário levanta debate sobre prioridades
Os valores revelam a estratégia de comunicação do governo federal, que mantém investimentos robustos na propaganda institucional, especialmente em meios tradicionais como a TV aberta.
O tema, no entanto, gera controvérsia. Para críticos, o aumento das verbas publicitárias, em contraste com os discursos de austeridade e responsabilidade fiscal, coloca em dúvida a coerência das prioridades do Executivo. Além disso, o direcionamento de recursos a veículos com histórico de apoio editorial ao governo acende alertas sobre critérios técnicos e imparcialidade na escolha dos canais.