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Carlos Lupi ignorou alertas sobre fraudes no INSS e rombo chegou a R$ 6 bilhões

Documentos mostram que ministro ignorou primeiros sinais de irregularidades que desviaram R$ 6 bilhões de aposentados

Carlos Lupi, ministro da Previdência Social no governo Lula, foi alertado ainda em junho de 2023 sobre o crescimento dos descontos não autorizados nas aposentadorias do INSS. Documentos oficiais, obtidos e divulgados pelo Jornal Nacional, revelam que as primeiras advertências foram apresentadas em reuniões internas da pasta.

“Abertos os trabalhos, a conselheira Tonia Galleti relatou que havia solicitado a inclusão da discussão sobre os acordos de cooperação técnica (ACTs) das entidades que possuem desconto de mensalidade junto ao INSS, a qual não foi aprovada, uma vez que a pauta já estava elaborada”, registra a ata de junho de 2023.

Apesar do alerta e da insistência da conselheira para discutir a escalada de denúncias, Lupi adiou a análise do problema sob a justificativa de que era necessário realizar levantamento mais preciso. O ministro chegou a solicitar a inclusão do tema na reunião seguinte, marcada para 45 dias depois, mas novamente o assunto foi ignorado.

Falha no combate às fraudes: só um ano depois

Somente em abril de 2024, quase dez meses após o primeiro alerta, o tema foi efetivamente debatido nas reuniões do ministério. Nesse meio-tempo, investigações da Controladoria-Geral da União (CGU) e do Tribunal de Contas da União (TCU) já apontavam para fraudes bilionárias.

Segundo a CGU, o volume de descontos triplicou em menos de um ano, atingindo quase R$ 250 milhões por mês.

Foi apenas após a deflagração da operação conjunta da Polícia Federal e da CGU, em 23 de abril de 2025, que o governo finalmente bloqueou os repasses às instituições suspeitas. A fraude pode ter causado um rombo de R$ 6 bilhões nos benefícios dos aposentados.

O que disse Carlos Lupi

Por meio de mensagem enviada à imprensa, Carlos Lupi confirmou que o tema foi discutido em junho de 2023 e alegou que o INSS passou a rever normas e a formular propostas após a reunião.

Segundo o ministro, essas mudanças resultaram na publicação de uma instrução normativa em março de 2024, com novas regras para a autorização de descontos.

Apesar da justificativa, os fatos mostram que a reação oficial foi lenta e permitiu que o esquema de descontos indevidos se expandisse até ser desmantelado pela operação policial.

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