A primeira-dama Janja da Silva foi vista na tarde da última sexta-feira (4) fazendo compras no Shopping Leblon, localizado em uma das regiões mais nobres do Rio de Janeiro. O passeio ocorreu no mesmo dia em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursava durante uma reunião do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), destacando os “fardos mais pesados sobre aqueles com menos recursos”.
Após participar de compromissos ao lado de ministros no interior fluminense, Janja se dirigiu ao shopping, conhecido por ser frequentado pela elite carioca. Ela entrou em lojas de vestidos e biquínis, distribuiu autógrafos nos corredores e, segundo aliados, aproveitou o momento como um “respiro” em meio à intensa agenda institucional.
Passeio fora dos holofotes e repercussão política
Embora sem cobertura da imprensa oficial, a presença de Janja não passou despercebida. Sua naturalidade diante das vitrines de grifes chamou atenção de frequentadores e observadores políticos, que viram no gesto um contraste com o discurso oficial do governo, centrado na luta contra a desigualdade social.
O passeio ocorreu enquanto parte da comitiva presidencial permanecia no Estado para eventos da reunião do Brics, realizada entre os dias 5 e 7 de julho na cidade do Rio.
Contraste com discurso de Lula sobre justiça social
A escolha de um ambiente de luxo pela primeira-dama se torna ainda mais simbólica considerando o atual discurso de Lula, que voltou a promover a narrativa da luta de classes. O presidente tenta reaquecer sua imagem de “pai dos pobres” ao defender medidas como o aumento do IOF para financiar políticas públicas.
Entretanto, essas propostas enfrentam crescentes resistências da população, insatisfeita com promessas não cumpridas e o impacto da inflação sobre itens essenciais. O governo também acusa o Congresso de ser um reduto de defesa dos mais ricos, ao derrubar medidas consideradas estratégicas para o Planalto.
Vida de luxo e cartão corporativo
A revista Veja destaca que Janja se casou com Lula quando ele já era milionário, com patrimônio levantado pela Lava Jato, que o levou à prisão. Parte desse capital teria origem em palestras remuneradas por empreiteiras e empresas com interesses junto ao poder público.
Além disso, a primeira-dama tem acesso ao cartão corporativo da Presidência, o que reforça sua condição privilegiada. O estilo de vida sofisticado, marcado por viagens, aparições públicas e compras em locais luxuosos, tem destoado do discurso político do governo petista.
