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Haddad diz que Brasil é uma “encrenca” e “um negócio difícil de administrar”

Ministro da Fazenda afirma que administrar o Brasil é uma ‘encrenca’ em evento de empreendedorismo

Haddad criticou a falta de ação correta por parte de algumas pessoas em posições de poder, destacando que enfrentar essa realidade é uma das partes mais desafiadoras da vida pública. “Nunca vi país que deu certo sem um projeto coletivo”, afirmou, acrescentando que o Brasil tem potencial para ser uma grande nação e não está condenado a ser apenas de porte médio.

Ao recordar o começo de sua carreira profissional e seus vínculos com o empreendedorismo, Haddad mencionou que os 18 anos que passou trabalhando na loja de seu pai, na Rua 25 de Março, importante polo de comércio popular em São Paulo, foram de valor incalculável. Ele afirmou que não substituiria essa experiência pelos seus diplomas em Economia, Filosofia e Direito na USP. “Foi um período muito rico, de aprender a respeitar as pessoas”, disse.

Identificando-se mais como educador do que como político de carreira, Haddad lamentou a mentalidade de certos brasileiros que aspiram enviar seus filhos para o exterior em busca de um futuro mais promissor. “Não é esse país que queremos”, afirmou.

Na sexta-feira, o Ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França, participou do evento. Ele revelou planos para alterar, até agosto, os níveis de tributação para microempreendedores individuais (MEIs). França propôs a introdução de uma faixa tributária intermediária para aqueles que possuem faturamento entre R$ 81 mil e R$ 102 mil.

Essa proposta não foi mencionada por Haddad em sua fala e ele não conversou com a imprensa após o painel.

“Brasil não precisa ser quintal de ninguém”

Haddad também destacou que o Brasil tem o potencial de ser um país “grande” e não deve se contentar com um papel secundário na economia global. “O Brasil não precisa ser quintal de ninguém, somos metade da América do Sul, temos que ser parceiros dos Estados Unidos, da Europa, da China e integrar o continente latino-americano”, disse.

Para ele, o país tem a capacidade de ser “amigo de todo mundo” e de desempenhar um papel significativo na resolução de conflitos externos. Haddad sublinhou que o Brasil é mais respeitado internacionalmente do que internamente.

Quando perguntado sobre a vocação do Brasil, ele confirmou que o país tem potencial para se tornar uma “potência sócio-ambiental”. No entanto, alertou sobre o aumento das barreiras protecionistas em todo o mundo. Ele ressaltou que dúvidas sobre a sustentabilidade da produção brasileira serão aproveitadas por nações desenvolvidas na tentativa de impedir as exportações do Brasil e de outros países em desenvolvimento.

Haddad expressou também sua inquietação com o progresso tecnológico, o qual pode equilibrar a ausência de recursos naturais em outras nações. “Se você der tempo para a tecnologia, ela dá a volta por cima, supre o que a natureza não ofereceu”, concluiu. As informações são do Valor Econômico.

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