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Haddad defende que super-ricos de todo o mundo “paguem justa contribuição em impostos”

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defende taxação global de super-ricos no G20

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), defendeu na manhã desta quarta-feira (24) sua proposta de taxação global de super-ricos. A fala foi feita pelo petista durante discurso no pré-lançamento da Aliança Global de Combate à Fome e à Pobreza, no G20, no Rio de Janeiro (RJ).

A ideia de Haddad, que é o tema principal da presidência brasileira no G20 neste ano, consiste na criação de um sistema tributário internacional desenhado pelos economistas Gabriel Zucman e a prêmio Nobel de Economia Esther Duflo.

“Outra forma de mobilizar recursos para o combate à fome e à pobreza é fazer com que os super-ricos paguem sua justa contribuição em impostos. Ao redor do mundo, os super-ricos usam uma série de artifícios para evadir os sistemas tributários. Isso faz com que, no topo da pirâmide, os sistemas sejam regressivos, e não progressivos”, disse o petista.

O evento conta com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de ministros de outros países, principalmente os chefes de pastas ligadas ao desenvolvimento.

Haddad explicou que, a pedido de sua equipe, o economista Gabriel Zucman elaborou um estudo que indica que, se os bilionários pagassem 2% de sua riqueza em impostos, seria possível arrecadar entre US$ 200 bilhões e US$ 250 bilhões por ano.

Esse valor é cerca de cinco vezes o total que os 10 maiores bancos multilaterais destinaram ao combate à fome e à pobreza em 2022.

Esses recursos seriam direcionados a projetos socioambientais para combater tanto a pobreza quanto as mudanças climáticas globalmente.

Para que a medida seja eficaz, é necessário um amplo apoio, especialmente dos países mais ricos, para prevenir a evasão fiscal e garantir a aplicação efetiva de multas e sanções. Por isso, há ceticismo quanto à proposta, que já recebeu apoio de países europeus como França e Espanha, mas ainda não obteve a aprovação de potências mundiais importantes, como os Estados Unidos.

De acordo com os cálculos, a proposta afetaria 3 mil pessoas no mundo, que detêm um patrimônio total de US$ 15 trilhões.

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