O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o Brasil passou por “muita turbulência e um desarranjo completo” das contas públicas nos últimos dez anos e, portanto, é necessário “sair dessa mania de produzir déficits”. As declarações foram dadas nesta terça-feira, 17, durante a cerimônia de assinatura de convênio entre Sebrae e ApexBrasil.
“As contas públicas estão sendo colocadas em ordem com muita dificuldade, mas também com muita negociação, tanto com o Judiciário, quanto com o Congresso Nacional”, afirmou Haddad. “Penso que nós estamos entrando no entendimento de que nós precisamos sair dessa mania de produzir os déficits que foram produzidos ao longo dos dez anos.”
Haddad sinalizou que o país gastou quase “R$ 2 trilhões ao longo de dez anos, além do que podia, de déficits primários acumulados”, sem que houvesse resultados econômicos ou sociais. “Não aconteceu nada de bom no Brasil”, analisou.
O ministro disse que, nesse sentido, tem trabalhado para ajustar as contas públicas por meio de “muita negociação e paciência, porque ninguém quer perder”. Afirmou que, ao trilhar este caminho, “vamos produzir os melhores resultados econômicos para o país”.
“A primeira compreensão é que o arcabouço precisa ser cumprido”, afirmou. “Vamos voltar a crescer acima da média mundial depois de dez anos a crescer abaixo da média mundial. Temos todas as condições. Temos que perseguir isso e é o que já está acontecendo.”
Haddad quer ampliar atuação do setor exportação
Durante seu discurso, o ministro da Fazenda indicou o segmento de exportação como um “setor muito importante”, o qual “tende a ser o carro-chefe desse ciclo econômico” de crescimento.
“A reforma tributária vai eliminar a exportação de tributo, que é um mal da economia brasileira”, afirmou Haddad. “Ninguém consegue se livrar da cumulatividade de tributos do nosso sistema tributário. Quando virarmos a chave e eliminarmos a cumulatividade, incluindo aí a questão estadual, tudo isso vai acabar.”
O petista analisou que, com a reforma tributária, os empresários poderão trabalhar com o preço “real” da mercadoria, encontrando-se em “condições de igualdade competitiva com concorrentes instalados em outros países”.
“Isso será um ganho de produtividade para a economia brasileira que ninguém consegue estimar com precisão, mas que ninguém diz que é menos de 10% do PIB do crescimento dos próximos anos. Esse é o efeito esperado”, afirmou.
Outro ponto levantado foi “pilar” para ampliação do setor foi o crédito para a exportação. “A quantidade de instrumentos inovadores para os exportadores é só o começo. Estamos abrindo uma oportunidade de uma integração financeira com os mercados que recebem nossos produtos e poderemos financiá-los a baixíssimos custos”, disse.
Por fim, Fernando Haddad declarou que a reestruturação da Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias (AGBF) neste ano será uma “grande promotora de garantias para as exportações brasileiras”.
“Vai impactar, sobretudo, o médio e pequeno exportador”, garantiu. “O Brasil pode ampliar e muito a sua pauta de exportação se o pequeno e o médio tiverem as garantias dadas aos grandes exportadores, e a ABGF está se preparando para dar esse salto.”
As informações são da Revista Oeste