Marcelo Ustra, tenente-coronel do Exército e membro do partido PL, foi eleito vereador em Porto Alegre, após receber 2.669 votos. Anteriormente, em agosto, o partido havia confirmado ao Estadão que o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (também do PL), apoiaria Ustra.
Marcelo tem laços familiares com o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra – ele é o bisneto de Celanira Martins Ustra, a avó de Brilhante Ustra. O militar estava no comando do Destacamento de Operações de Informação Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) em São Paulo.
O histórico do candidato com o ex-presidente é notável. Marcelo Ustra serviu no GSI (Gabinete de Segurança Institucional) durante o mandato de Bolsonaro, permanecendo lá até a ascensão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao poder. Ustra também estava entre aqueles que seguiram Bolsonaro para Orlando após o revés nas urnas.
Marcelo e Bolsonaro expressam respeito pelo coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, que morreu em 2015, aos 83 anos de idade. Marcelo indicou em uma postagem no Instagram em primeiro de julho deste ano que o “primo do ‘pavor de Dilma Rousseff’” estaria concorrendo ao cargo de vereador em Porto Alegre.
Marcelo alude à afirmação de Bolsonaro em apoio ao coronel, em 2016, período em que ainda exercia o cargo de deputado federal e votou pelo impeachment da ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff, — uma das pessoas supostamente afetadas pelo DOI-Codi.
Pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff.
Jair Bolsonaro, em 2016
Bolsonaro elogiou Ustra em outras ocasiões, como 2019 quando ele disse que o militar era um “herói nacional que evitou que o Brasil caísse naquilo que a esquerda hoje em dia quer”. Em 2020, o ex-presidente defendeu o livro “A Verdade Sufocada”, escrito pelo condenado, narrando a época da ditadura.
Em várias ocasiões, Bolsonaro expressou sua admiração por Ustra, como em 2019,quando o descreveu como um “herói nacional que evitou que o Brasil caísse naquilo que a esquerda hoje em dia quer”. No ano seguinte, o ex-presidente mostrou apoio ao livro “A Verdade Sufocada”, uma obra do coronel que narra o período do regime militar.