O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (27) os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua, indicando que o Brasil tinha 6,8 milhões de desempregados até o trimestre móvel de novembro, com uma taxa de 6,1% da força de trabalho. Este é o menor índice para o período desde o início da série histórica, em 2012, conforme apontado pelo instituto.
Enquanto o governo Lula celebra o resultado como um marco positivo, crescem críticas sobre a gestão do IBGE e a metodologia utilizada nos cálculos.
Sob o comando de Marcio Pochmann, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em julho de 2023, o IBGE enfrenta acusações de centralização e falta de transparência.
Em uma carta aberta divulgada em setembro, servidores do órgão denunciaram a gestão de Pochmann como “autocrática e centralizadora” e questionaram a criação da fundação IBGE+, uma entidade de direito privado, que teria sido implementada sem diálogo prévio.
Também foi alvo de críticas a reformulação do estatuto do instituto, conduzida de forma considerada pouco transparente pelos trabalhadores. A insatisfação resultou em demissões em massa e pedidos por maior clareza na governança. Os servidores afirmaram:
“Essa postura coloca em risco a autonomia do IBGE e sua credibilidade como fonte confiável de dados estatísticos.”
Metodologia Questionada
Economistas também levantam dúvidas sobre os critérios da Pnad Contínua, que considera apenas as pessoas que estão procurando emprego sem sucesso. Trabalhadores que desistiram de buscar colocação não entram na estatística, o que, segundo especialistas, pode suavizar o retrato real do mercado de trabalho.
Essa metodologia, amplamente usada internacionalmente, ainda assim gera críticas por apresentar um cenário possivelmente mais favorável do que o real.
Crise Financeira e Polêmicas
A gestão de Pochmann também foi marcada por dificuldades financeiras. Servidores denunciaram problemas como a interrupção de pesquisas e atrasos no pagamento de aluguéis no início do ano. Além disso, viagens frequentes do presidente do instituto, em meio à crise, ampliaram as críticas à administração.