Paulo Okamotto, presidente da Fundação Perseu Abramo, ligada ao Partido dos Trabalhadores (PT), fez uma avaliação crítica sobre como a sociedade enxerga o governo Lula e sugeriu mudanças para garantir a reeleição do presidente em 2026. Conhecido como o ‘faz-tudo de Lula’, Okamotto destacou que, apesar dos esforços para retomar políticas dos governos anteriores, o projeto petista não tem conseguido conquistar a maioria da população brasileira. As informações são da Veja.
Avaliação Crítica
Segundo Okamotto, as ações do governo Lula, como a valorização do salário mínimo e a retomada do crescimento econômico, não têm sido suficientes para criar um impacto positivo generalizado.
“Apesar de o presidente Lula resgatar todos os programas de governos anteriores — a valorização do salário mínimo e fazer o Brasil voltar a crescer –, isso não tem sido suficiente para encantar a maioria da sociedade brasileira”, escreveu. “Esta é a nossa principal preocupação para o projeto de 2026.”
O projeto 2026, mencionado por Okamotto, refere-se à reeleição de Lula, que estará com 81 anos durante as próximas eleições presidenciais. Para ele, é essencial que o PT desenvolva um plano claro que dialogue diretamente com as expectativas e necessidades do povo brasileiro.
Foco em Grupos Estratégicos
Okamotto sugeriu que o partido redobre seus esforços em temas que considera prioritários, especialmente em áreas onde o PT não conseguiu estabelecer um vínculo forte com a sociedade.
“Buscamos chamar a atenção dos dirigentes, militantes e filiados para três temas que aprendemos do quadro composto pelas nossas pesquisas: religião, segurança pública e a economia do Governo Lula e sua relação com os empresários de pequenos negócios”, afirmou.
A fundação Perseu Abramo tem buscado estratégias para atrair públicos específicos. Durante as últimas eleições, produziu cartilhas para tentar aproximar o PT de eleitores evangélicos e orientar dirigentes em políticas de segurança pública.
Trabalhadores Autônomos e Pequenos Empresários
Recentemente, a fundação também recomendou ao PT que priorizasse trabalhadores por conta própria, como motoristas de aplicativo, e pequenos empresários.
“Vamos continuar ampliando a nossa compreensão sobre os trabalhadores por conta própria e os empresários de pequenos negócios; como entendem seu trabalho; como se veem, como constituem os seus valores; como fazemos para dialogar com esse público e convidá-los para ingressar no PT”, explicou Okamotto.
Essa abordagem reflete a tentativa do partido de conquistar segmentos tradicionalmente associados à oposição e ampliar sua base de apoio em setores econômicos relevantes.