A Polícia Civil do Amazonas (PCAM) prendeu, nesta quinta-feira (6), três militares da Força Aérea Brasileira (FAB) sob suspeita de envolvimento no transporte de drogas em aviões da Aeronáutica. Além dos militares, dois civis também foram detidos na ação.
A Operação Queda no Céu foi deflagrada pela Delegacia Especializada de São Gabriel da Cachoeira, cidade situada a mais de 850 quilômetros de Manaus, na fronteira com Colômbia e Venezuela. A região é historicamente conhecida pela forte atividade do narcotráfico.
Militares Facilitavam Tráfico de Drogas em Voos da FAB
De acordo com as investigações da PCAM, um dos presos era o responsável por financiar a compra e o transporte das drogas, incluindo cocaína, que estariam sendo regularmente levadas de São Gabriel da Cachoeira para Manaus em aeronaves da FAB.
O esquema envolvia tanto militares da FAB quanto mulas, que frequentemente eram mulheres indígenas e/ou grávidas. O objetivo era evitar buscas pessoais e revistas, já que essas pessoas despertam menos suspeitas em inspeções.
A investigação teve início após uma apreensão de 350 quilos de drogas, principalmente base de cocaína, ocorrida no ano passado. Na ocasião, três militares foram presos, incluindo um soldado do Exército Brasileiro.
FAB Se Pronuncia e Diz Não Compactuar Com o Crime
A Agência Brasil solicitou um posicionamento oficial da Força Aérea Brasileira, que afirmou estar acompanhando o caso e colaborando com as investigações.
Em nota, a FAB declarou:
“O Comando da Aeronáutica não compactua com condutas que não estão de acordo com os valores, a dedicação e o trabalho do efetivo em prol do cumprimento de sua missão institucional.”
Até o momento, os nomes e as patentes dos militares envolvidos não foram divulgados pela Polícia Civil do Amazonas nem pela FAB.
Segundo Caso de Uso de Aeronaves da FAB Para Transporte de Drogas
Este é o segundo caso conhecido de uso de aeronaves da FAB para o transporte de drogas. O primeiro ocorreu em 2019, quando um sargento da Aeronáutica foi preso na Espanha transportando 39 quilos de cocaína em um avião da comitiva presidencial.
A reincidência desse tipo de crime levanta questionamentos sobre os procedimentos de segurança da FAB e o possível envolvimento de mais militares no narcotráfico.
A investigação segue em andamento para identificar outros possíveis envolvidos e desmantelar a rede criminosa.
