
Uma investigação da Polícia Federal (PF) revelou que o presídio de Igarassu, em Pernambuco, funcionava como um verdadeiro “Resort do Crime”, onde traficantes e assassinos desfrutavam de festas, regalias e luxo, com a conivência de agentes penitenciários.
O caso, revelado pelo Fantástico, da TV Globo, no domingo (2), mostrou que o esquema criminoso perdurou por sete anos. A descoberta ocorreu após a apreensão do celular de um dos detentos, que continha imagens das festas dentro da unidade prisional.
Presos tinham acesso a festas, videogames e garotas de programa
As gravações feitas pelo líder do esquema, Lyferson Barbosa da Silva, mostram festas com comida e bebida fartas, garotas de programa, videogames, sistema de som e iluminação dentro das celas.
Além disso, visitantes entravam e saíam livremente, transformando o presídio em um verdadeiro centro de lazer para criminosos.
Diante das denúncias, o presídio foi parcialmente interditado pela Justiça, e a PF deflagrou a Operação La Catedral, que resultou na prisão de oito agentes penais e do ex-diretor da unidade, Charles Belarmino de Queiroz, na última terça-feira (25).
Agentes penitenciários recebiam propinas em joias e dinheiro
Segundo a investigação, os agentes penitenciários recebiam propinas em joias, celulares e dinheiro para permitir o funcionamento do esquema.
O delegado da PF, Otávio Bueno, destacou o nível de envolvimento dos servidores:
“Os agentes penais eram praticamente sócios dos presos na empreitada criminosa.”
Um dos agentes, Eronildo dos Santos, teria usado o dinheiro da propina para construir uma piscina em sua casa.
Defesas contestam acusações, e PF continua investigações
A defesa de Charles Belarmino de Queiroz alegou, em nota, que o material colhido na investigação não passou por perícia judicial, o que fragilizaria a acusação.
O Fantástico tentou contato com a defesa de Lyferson Barbosa da Silva e Eronildo dos Santos, mas não obteve resposta.
A Secretaria de Administração Penitenciária de Pernambuco informou que Charles Belarmino e outros quatro agentes já estavam afastados antes da operação policial.
A PF segue investigando o caso e informou que, caso surjam mais provas, novas operações poderão ser realizadas para prender outros envolvidos