A ex-conselheira do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), a advogada Tônia Galleti, revelou que alertou o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, sobre o esquema fraudulento que desviou pelo menos R$ 6 bilhões do INSS. Segundo Galleti, o aviso ocorreu logo após a posse de Lupi, em janeiro de 2023, e contou com a presença de assessores do ministro.
Apesar da gravidade da denúncia, Tônia afirma que “não levaram para o conselho, não debateram o tema, não criaram, por exemplo, um grupo de trabalho com mais pessoas envolvidas. Acabou ficando uma situação bastante constrangedora porque parece que ninguém sabia e não é verdade. Todo mundo estava vendo o problema”.
Pauta ignorada e falta de providências
Mesmo após insistência, o pedido de Galleti para discutir o tema durante as reuniões do CNPS foi rejeitado, sob o argumento de que a pauta já estava previamente definida.
Importante destacar que o CNPS é presidido diretamente pelo ministro Carlos Lupi, responsável por conduzir os temas relevantes da Previdência Social.
Lupi diz que esperava “fatos concretos”
Em resposta ao jornal O Globo, que divulgou as informações, Carlos Lupi admitiu que outras pessoas também o alertaram sobre possíveis irregularidades, mas justificou a inação alegando que seria necessário ter “fatos concretos para serem investigados”.
O ministro negou ter se omitido e afirmou que, posteriormente, tomou medidas como a edição de uma instrução normativa para alterar as regras de convênios com desconto em folha, além da demissão do então diretor de Benefícios, André Fidelis.
No entanto, a ex-conselheira destaca que as medidas foram tomadas apenas após o escândalo ganhar repercussão pública, e não quando os primeiros alertas foram feitos.
