Por: Pablo Carvalho
A cúpula do Congresso Nacional, representada por Hugo Motta (Câmara) e Davi Alcolumbre (Senado), surpreendeu ao desistir de comparecer pessoalmente à audiência do STF sobre emendas parlamentares. A decisão, tomada nesta sexta-feira (27), ocorre em um momento de alta tensão com o governo Lula, especialmente após a fragorosa derrota do Planalto na derrubada do IOF. A ausência dos chefes do Legislativo sinaliza um azedamento ainda maior na relação, que pode criar um ambiente propício para iniciativas de impeachment.
Fontes próximas aos presidentes da Câmara e do Senado indicam que a escolha por enviar apenas advogados busca “tecnicizar” o debate e, principalmente, “evitar politizar” a discussão das emendas. Contudo, é inegável que a irritação do Congresso com as ações do governo Lula é palpável. O Legislativo acusa o Planalto de tentar “colar a pecha de chantagista” no Parlamento, evidenciando uma profunda desconfiança e um racha perigoso entre os poderes.
A estratégia de Lula, ao tentar reverter no STF as derrotas sofridas no Congresso, como a do IOF e as investidas de Flávio Dino sobre as emendas, expõe a fragilidade política do seu governo. Dino, relator de ações que cobram transparência e miram as “emendas Pix”, vem desagradando os congressistas ao fazer alusão a um “novo orçamento secreto”. Esse cenário de conflito constante e a busca por reverter no Judiciário o que se perde no Legislativo fragilizam o governo Lula e acendem o alerta para movimentos mais drásticos.
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