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Rombo financeiro nas estatais mostra necessidade de privatização, aponta O Globo

A insistência do governo petista em sustentar empresas ineficientes é um descolamento da realidade, diz editorial

O pedido da ministra de Gestão e Inovação, Esther Dweck, para não chamar o déficit nas estatais de “rombo” viralizou nas redes sociais na semana passada. Ela explicou que “muitas despesas são feitas pelas estatais com dinheiro que estava em caixa, portanto acaba gerando resultado deficitário, ainda que as empresas tenham lucro”.

A justificativa não fez sentido para muitos, inclusive na imprensa tradicional.

De acordo com o jornal O Globo, o prejuízo financeiro é um sinal de alerta sobre a sustentabilidade da manutenção das empresas estatais sob administração governamental. Um editorial divulgado na quarta-feira, 5, afirma que o déficit histórico “mostra que privatizar é urgente”.

A atuação dessas corporações, ao ser examinada tecnicamente em relação ao seu mercado de inserção, demonstra que a maior parte delas, “com raríssimas exceções em casos de segurança nacional, devem ser privatizadas ou liquidadas”.

“Independentemente do jargão contábil ou eufemismo que o governo escolha para descrever o desequilíbrio financeiro”, diz o jornal, “é evidente que em algum momento ele terá de ser coberto pelo Tesouro, como foi no passado”.

O Globo recorda que, sob as administrações de Michel Temer e Jair Bolsonaro, as empresas estatais federais foram saneadas e pararam de ter tanto impacto nos fundos públicos. “Mas “foi só Luiz Inácio Lula da Silva voltar ao Planalto e elas voltaram a fechar no vermelho.”

Foto: Reprodução/Poder360

“Por princípio, o Estado não pode manter sob seu controle empresas que só não fecham as portas porque têm acesso privilegiado aos cofres públicos”, conclui O Globo.

Insistência em manter estatais é descasamento entre realidade e ideologia

Em 2024, os Correios lideram os resultados negativos do governo com perdas de R$ 3,2 bilhões. Durante a administração de Bolsonaro, a estatal foi até mesmo incluída no Plano Nacional de Desestatizações. O BNDES elaborou um estudo detalhado sugerindo um modelo para a sua privatização, “mas o governo interrompeu tudo”.

A Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais está buscando aumentar as fontes de renda da empresa. O Globo questiona: “Mas faz sentido mantê-la nas mãos do Estado?”.

“É ridículo o argumento de que, não fosse estatal, seria impossível atender locais remotos.” A estatal hoje “é tão mal gerida que não há entrega diária de correspondência nem em bairros da zona sul do Rio de Janeiro”. Mas, com investimento privado, seria possível cobrar por melhor qualidade do serviço e manter intacta a malha de distribuição.

“Há dezenas de exemplos assim no mundo, mas a gestão petista parece impermeável à realidade”, afirma o editorial.

A Infraero é outro exemplo notável entre as empresas estatais deficitárias. A empresa acumulou um déficit de R$ 540 milhões em 2024 devido à queda de receita, enquanto muitos aeroportos, sobrecarregados e necessitando de investimento, foram recentemente privatizados.

Fonte: Reprodução/Poder360

“O êxito da privatização dos terminais não justifica mais a existência da estatal na forma atual”, diz O Globo. “É preciso rever sua missão e seu tamanho.”

O avanço dos pagamentos digitais e as mudanças orgânicas nos usos e nos costumes, deixaram a Casa da Moeda, outra estatal, em déficit.

Governo também custeia empresas pequenas e ineficientes

Existem também exemplos menos populares de empresas estatais que resultaram em grandes custos com pouco ou nenhum retorno. O editorial faz referência ao Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), um projeto para a produção de semicondutores “que jamais fez sentido”, mas que teve um custo próximo a R$ 1 bilhão. A liquidação dessa estatal foi interrompida por Lula quando assumiu o cargo.

No mesmo sentido, o governo já financiou a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), uma empresa de trens que opera em algumas capitais, “em um setor no qual as melhores soluções para atrair investimentos são as concessões ao setor privado”.

A Empresa Gerencial de Projetos Navais (Emgepron) também existe, que ganhou R$ 10 bilhões do Tesouro no período de 2017 a 2019 para a construção de navios, um setor que o Brasil nunca foi competitivo, conforme ressaltado pelo jornal. No entanto, a empresa terminou 2024 com um déficit projetado de R$ 2,5 bilhões.

No mesmo sentido, o governo já financiou a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), uma empresa de trens que opera em algumas capitais, “em um setor no qual as melhores soluções para atrair investimentos são as concessões ao setor privado”.

A Empresa Gerencial de Projetos Navais (Emgepron) também existe, que ganhou R$ 10 bilhões do Tesouro no período de 2017 a 2019 para a construção de navios, um setor que o Brasil nunca foi competitivo, conforme ressaltado pelo jornal. No entanto, a empresa terminou 2024 com um déficit projetado de R$ 2,5 bilhões.

As informações são da Revista Oeste

 

 

 

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