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Em 2019, PT atribuiu alta do dólar à ‘incapacidade de Bolsonaro’

PT, que em 2019 criticava gestão Bolsonaro pelo dólar a R$ 4,26, enfrenta disparada histórica da moeda

Em 2019, quando o dólar atingiu R$ 4,26 durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), o Partido dos Trabalhadores (PT) classificou o valor como reflexo da “incapacidade” da gestão do então presidente e do ministro da Economia, Paulo Guedes.

Nesta quinta-feira (28), sob o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o dólar alcançou pela primeira vez na história a marca de R$ 6, superando o maior patamar nominal já registrado.

No texto publicado em 2019, o PT acusava Bolsonaro de levar o país a uma situação de “total instabilidade” e descreveu a alta da moeda como “mais uma das consequências dos retrocessos impostos desde o primeiro dia do desgoverno”.

A disparada do dólar ocorreu após o anúncio do pacote fiscal do governo Lula, apresentado na véspera pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Segundo analistas, as medidas propostas não trouxeram confiança ao mercado, resultando na valorização da moeda americana.

O dólar abriu a manhã em alta e atingiu R$ 6 às 11h21, subindo mais de 1% em relação ao fechamento anterior. Às 12h22, era negociado a R$ 5,99, refletindo a desconfiança sobre a efetividade do pacote econômico.

Avaliação de Especialistas

De acordo com Flavio Conde, analista da Levante Investimentos, o pacote foi considerado “desanimador” por não apresentar cortes significativos de despesas. Além disso, a promessa de isenção do Imposto de Renda para rendas até R$ 5 mil gerou dúvidas quanto à viabilidade das compensações mencionadas por Haddad.

“As medidas não incluem cortes efetivos e deixam incertezas sobre o impacto fiscal,” avaliou Conde, afirmando que o mercado agiu com cautela ao adotar uma posição defensiva.


Detalhes do Pacote

Entre as medidas anunciadas por Haddad estão:

  • Redução de gastos públicos visando economizar R$ 70 bilhões em dois anos.
  • Taxação de super-ricos.
  • Isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil mensais.
  • Correção do abono salarial para quem ganha até R$ 2.640, com reajuste futuro para 1,5 salário mínimo.
  • Direcionamento de 50% das emendas parlamentares para a saúde pública, fortalecendo o SUS.

Apesar das promessas, Haddad não apresentou um plano detalhado de execução, o que contribuiu para o pessimismo dos investidores.

Um Contraste com 2019

Trecho do texto publicado pelo PT em 2019 | Foto: Reprodução

A disparada do dólar sob o governo Lula contrasta com as críticas feitas pelo PT ao governo Bolsonaro em 2019. Na época, a sigla responsabilizou diretamente a gestão pela alta da moeda a R$ 4,26. Agora, com o dólar em R$ 6, o governo enfrenta um desafio ainda maior para estabilizar a economia e conquistar a confiança do mercado.

O episódio ressalta a importância de consistência nas políticas econômicas e reforça a necessidade de transparência para evitar reações negativas em momentos críticos.

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